sexta-feira, 29 de março de 2013

PSOL APRESENTA MOÇÃO DE REPÚDIO A CABRAL PELA VIOLÊNCIA CONTRA INDÍGENAS


A bancada do PSOL na Câmara de Niterói, composta pelos vereadores Renatinho, Paulo Eduardo Gomes e Henrique Vieira, apresentou, esta semana, uma Moção de Repúdio ao governador Sérgio Cabral (PMDB), pela violência e desrespeito contra os indígenas, durante a desocupação do antigo Museu do Índio (Aldeia Maracanã), no último dia 22. Na ação, o Batalhão de Choque da Polícia Militar usou balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta contra os índios, simpatizantes ao movimento,autoridades judiciais e os profissionais da imprensa.

Na justificativa do documento legislativo, está relatado que os índios que foram violentamente expulsos do museu até agora não têm uma solução de moradia permanente por parte do Governo. Eles não têm onde permanecer para viverem em harmonia com sua cultura, divulgando-a amplamente como pretendiam fazê-lo na Aldeia Maracanã.


 Ainda segundo a Moção, uma parcela dos índios que foi levada para Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, em seu primeiro dia de alojamento, já enfrentou um temeroso alagamento. Cerca de meia hora de chuva, foi o suficiente para alagar a área do alojamento provisório. Isso é muito
indigno com os primeiros habitantes do Brasil.

É preciso ainda discutir o valor histórico do prédio do antigo Museu do Índio, fundado em 1865. O prédio do Museu do Índio é 83 anos mais antigo que o Maracanã (1948). Tem mais do que o dobro da idade do estádio. Isto significa que, quando o Maracanã foi construído, o prédio do Museu, que à época abrigava o Serviço de Proteção ao Índio, existia há mais tempo do que a idade atual do estádio (65 anos).

Ali trabalharam pesquisadores, antropólogos e brasilianistas de destaque, como Darcy Ribeiro, que sonhava com a primeira Universidade Indígena. Isso por si só, em qualquer governo inteligente do mundo, já bastaria para por um ponto final em décadas de descaso e fazer do
lugar uma referência vital da história indígena da cidade e do país.

Fala-se tanto em sustentabilidade e como não ver o potencial educativo, cultural, antropológico e até turístico daquele prédio como uso proposto pelos índios. E ao mesmo tempo, em Belo Monte, os índios estão tendo seus direitos básicos retirados para a construção
de uma hidroelétrica que degrada o meio ambiente. E a resposta da presidente Dilma à resistência indígena é muito semelhante à atitude Sérgio Cabral, enviando tropas da Força Nacional ao local para agredir os indígenas.

Esse é o massacre e o descaso que ainda sofrem os povos indígenas nos dias de hoje em nosso país. E por este motivo é que enviamos a presente Moção de Repúdio ao governador Sérgio Cabral, maior responsável pelo revoltante e degradante despejo ocorrido no dia 22 de
março.


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