“Todas as revoluções
são impossíveis até que se tornem inevitáveis”.
Leon Trotsky
Mais um Congresso do PSOL
acontecerá nos dias 29 e 30 de novembro e 1º de dezembro de 2013, no Distrito
Federal. De acordo com a resolução do diretório nacional, teremos plenárias
municipais e congressos estaduais, quando elegeremos os delegados responsáveis
por representar as instâncias de base neste Congresso. A pauta do Congresso
Nacional será: a conjuntura nacional e internacional, tática para o
período, eleições 2014, estatuto e
eleição da Direção Nacional. Mas o que está em jogo?
Neste momento de ascensão das
lutas sociais é colocada sobre a nossa militância a urgência de apresentar
nosso partido como uma ferramenta, não apenas para as lutas imediatas, mas para
a construção do socialismo, sabendo, humildemente, que não somos a luz e a
verdade, mas sim parte do processo de lutas que se reacende em nosso país. Muito está em jogo.
Vivemos um período decisivo, no
qual a participação popular crescente possui um expressivo potencial de
conseguir mudanças sociais, mas devemos ficar atentos. São nestes momentos de
crise política, que os setores dominantes apresentam soluções ilusórias, em que
buscam pactuar interesses de trabalhadores e capital. Foi isso que aconteceu
quando, no auge das mobilizações, a presidente Dilma se apresentou ao diálogo
cinicamente, deixando de lado as principais reivindicações que tocavam nos
interesses econômicos dos grandes empresários. É papel do PSOL ser resoluto e
desmascarar tal oportunismo, mantendo a sua coerência em torno das bandeiras
históricas dos trabalhadores.
O congresso de nosso partido irá
expressar as contradições destas recentes mobilizações, por isso será
fundamental que cada militante partidário participe dos debates, participe da
construção de teses que orientarão o PSOL nos próximos dois anos. Afinal, é
este debate aberto em todas as suas instâncias que garante a vida de nosso
partido e que possibilitará que tenhamos forças para contribuir neste decisivo
momento histórico da luta dos trabalhadores.
Há uma divergência fundamental
sobre os rumos do PSOL, principalmente no que se refere a nossa independência
de classe e a nossa ação diante dos movimentos de massas. Seremos um partido
reduzido ao calendário eleitoral ou parte de um processo amplo de recomposição
da luta de classes no Brasil, em que nosso partido será a expressão das ruas,
junto aos movimentos sociais? Eis o grande debate posto para este Congresso
Nacional do PSOL.
Nós, do mandato do vereador de
Niterói, Renatinho, reafirmamos a necessidade do PSOL ser um instrumento das
lutas. Nossos quadros públicos devem estar a serviço das demandas construídas
nos movimentos sociais, denunciando este sistema político podre e apoiando o
clamor das ruas por direitos. Além disso, acreditamos que o PSOL só pode se
manter consequente e coerente, mantendo-se ao lado dos seus companheiros de
classe, expressos nos partidos de esquerda (PCB e PSTU) e dos movimentos
sociais combativos.
Nossa postura é repudiar qualquer
aliança com setores que representam o empresariado, justamente, por saber que
este setor é responsável por causar todos os males que fizeram o “gigante” se
reerguer. O desvio de verbas para megaeventos, sucateamento da educação e saúde
e ampliação da dívida pública em detrimento da educação, saúde e outros
direitos sociais não são obra do acaso, incompetência, ou mesmo mera ausência
de caráter, na verdade, é um amplo projeto político neoliberal de encarar os
direitos sociais como mercadoria. Projeto este capitaneado por governos da
velha direita (PSDB, DEM etc) e a nova direita (PT, PC do B) durante muitos
anos.
Outro ponto importante a ser
abordado neste Congresso Nacional é que para assegurar nossa independência de
classe não podemos aceitar financiamento de empresas para as campanhas
eleitorais. Para nós, política não é balcão de negócio, não cabendo ao PSOL ser
financiado por agiotas políticos. As empreiteiras, bancos, fábricas de armas e
tantas outras empresas querem que seus interesses privados sejam garantidos
após a eleição, este é o real motivo de suas gordas doações que incham os
bolsos dos partidos da ordem (PT, PSDB, PC do B, PMDB, DEM etc) e acabam
induzindo à corrupção. Não vamos cair neste joguete. Nossa independência
financeira é um princípio fundamental para garantir a autonomia política de
nossas decisões.
Durante as manifestações de junho,
diversas pautas surgiram, gerando um rico debate na sociedade sobre quais são
as prioridades dos nossos governos. Enquanto os governos pensam apenas em
agraciar o setor privado, é tarefa do PSOL desenvolver uma pauta voltada para a
valorização do setor público. Enquanto tivermos mais de 50% da verba pública
destinada para garantir altos lucros aos bancos, os problemas continuaram. Os
megaeventos não podem continuar sendo uma caixa preta, em que remodelam as
cidades unicamente visando o lucro, às custas de dinheiro público. É hora de
virar a mesa!
É por isso que temos que avançar.
Queremos a estatização do sistema de transportes, a tarifa zero, o controle
popular sobre as políticas de mobilidade urbana, verbas para a saúde e
educação, o fim da criminalização dos movimentos sociais e da pobreza,
auditoria das contas dos megaeventos, além de outros pontos que estão sendo
entoados pelo povo nas ruas.
Temos, ainda, que aprofundar o
debate programático para além de questões pontuais, de modo a apresentar um
projeto de sociedade alternativo que questione os fundamentos do capitalismo.
Um direito social não pode estar subordinado ao capital, portanto, um governo
em defesa do público, sob controle dos trabalhadores é a verdadeira solução
para o caos que vivemos. Este 4º Congresso Nacional do PSOL deve expressar a
angústia dos trabalhadores que foram explorados, enquanto seus patrões gozam
privilégios. Deve apresentar acima de tudo a coragem de assumir seu destino com
os dentes, com a certeza de que é possível mudar o mundo.
Rumo ao 4º Congresso Nacional do
PSOL, nas ruas vamos construir o socialismo! Saudações Socialistas!
Mais informações sobre o 4º
Congresso Nacional do PSOL: