O vereador Renatinho (PSOL) denunciou a descaso com
a vida das pessoas que estão no antigo 3º BI, Venda da Cruz, e o estado do
imóvel que deveria ser destinado a eles. Mostrado pela TV, os edifícios que
estão sendo construídos com recursos do programa “Minha Casa, Minha Vida” para
desabrigados da chuva de abril de 2010 em Niterói, na Região Metropolitana do
Rio, já apresentam rachaduras e ameaçam desabar.
Entre os futuros beneficiados, estão ex-moradores
do Morro do Bumba, onde 49 pessoas morreram após um deslizamento que devastou
centenas de casas. Desde então, os desabrigados vivem amontoados e em condições
precárias em três blocos do 3º Batalhão de Infantaria do Exército, há anos
desativado, no município vizinho de São Gonçalo. O início da entrega dos
apartamentos, previsto para abril, está adiado por tempo indeterminado.
Os condomínios Zilda Arns 1 e 2 estão sendo
construídos pela Imperial Serviços Ltda., no bairro do Fonseca, ao custo de R$
26,6 milhões. Placas com logotipo do Governo Federal e da Prefeitura de Niterói
afixadas no local informam que 458 famílias serão beneficiadas. As rachaduras
surgiram em dois prédios do Zilda Arns 2, conforme noticiou na quarta-feira
(20) o RJTV, da TV Globo. Em volta de um deles, o terreno cedeu e surgiu uma
cratera. Cada prédio tem cinco andares (incluindo o térreo), com 40
apartamentos cada.
Uma equipe da Defesa Civil Municipal, com engenheiros,
arquitetos e geólogos, esteve na quinta-feira (21) no terreno e vistoriou os
prédios rachados. "Vamos fazer um relatório relatando o que vimos, apontar
as possíveis causas do problema e fazer recomendações para saná-lo. O documento
vai dizer se os prédios precisarão ser demolidos ou se é possível a realização
de obras de reforço estrutural", explicou Bianca Neves, diretora
operacional da Defesa Civil. Waldemar Neto, engenheiro da Imperial Serviços
responsável pela obra, acompanhou a vistoria. À TV Globo, ele disse que as
fortes chuvas recentes provocaram acumulação de água no terreno. Isto teria
carregado o solo e causou as trincas nos prédios.
Renatinho se pronunciou, em sessão plenária da
Câmara de Niterói, sobre o assunto.
"Essa situação nos revolta e nos
entristece muito. Parte dos desabrigados que iriam receber esses apartamentos,
depois de três anos sem nada, estavam agora esperançosos e receberam essa
notícia trágica. Além de crime com o dinheiro público investido ali de forma
irresponsável, trata-se de um grande desrespeito a esses trabalhadores que
estão sem casa há tanto tempo. Na terça-feira (26), teremos uma audiência
pública na Câmara, convocada por vereadora da base do governo, quando eles
dizem que vão dar explicações. Estarei lá para exigir além de explicações, uma
solução rápida para as famílias desabrigadas. Os culpados pela obra mal feita
terão que ser punidos e devidamente responsabilizados pelo sofrimento causado
às famílias e pelos milhões jogados fora”, disse Renatinho acrescentando que
também vai se posicionar em relação às condições do abrigo provisório.
“É preciso resolver a situação deplorável que se
encontra o abrigo do 3º BI. Sobre isso, a Bancada do PSOL deu entrada até em
uma CPI na Câmara. Mas independente de aprovação ou não da CPI, iremos
investigar os diversos contratos de prestação de serviço nesse abrigo e todo o
montante de dinheiro investido ali. Já que na prática o local está abandonado,
repleto de fezes e esgoto, causando todo tipo de doenças, inclusive em idosos e
crianças. As pessoas se encontram em situação desumana e isso piorou de um
tempo pra cá. Não vamos permitir que essas pessoas sejam novamente agredidas
dessa forma pelo poder público. Já enviamos diversos ofícios aos órgãos
competentes, tanto daqui quanto de São Gonçalo, para que tomem providências
imediatas e vamos acompanhar." disse o vereador Renatinho, presidente da
Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Niterói.
Veja na imprensa:
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