No último 19 de abril,
oficialmente o Dia do Índio, não tivemos nada a comemorar, diante das
atrocidades praticadas ao longo de mais de 500 anos no Brasil e em toda América
Latina com os genuínos habitantes desse continente.
Portugueses, espanhóis e ingleses que aqui
aportaram, no que era considerado o Novo Mundo, trouxeram seus navios, caravelas
e outras embarcações.
Trouxeram doenças, canhões, armas de fogo, e a
ganância para subtrair tudo que podiam da nova terra. Hoje os povos indígenas
são apenas caricatura do que já foram um dia, pois suas nações foram dizimadas.
Daquela época até hoje, índios foram
queimados, assassinados, ameaçados de morte e tribos inteiras contraíram todo
tipo de doenças de nós, brancos. Eles foram perseguidos por fazendeiros que
insistem até hoje em ocupar suas terras. Um governo fraco assiste tudo isso,
esperando talvez a completa e total dizimação das últimas tribos indígenas.
Aqui no Brasil, por exemplo, existem relatos
de que de 1500 a 1536, foram mortos cerca de dois milhões de índios, por não
aceitarem ser escravizados. A desigualdade era tamanha. Portugueses usavam seus
canhões, enquanto os índios apenas flechas. A colonização portuguesa no Brasil
foi empurrando os índios cada vez mais para o interior do País, destruindo suas
tradições, suas culturas, suas crenças e seus povos.
Hoje são alguns milhares de índios espalhados
pelo país, mas que ainda são alvos de milícias armadas, fazendeiros, grileiros
e políticos inescrupulosos.
Em uma cidade da Bahia, dezenas de índios
ocuparam fazendas terras que eram deles, mas que foram presenteadas aos
fazendeiros pelos governantes de plantão.
Já aqui em Niterói, remanescentes de uma tribo
Guarani ocuparam uma parte da Praia de Camboinhas. No passado, no local viveram
seus antepassados.
Entretanto, a especulação
imobiliária, em cumplicidade com os prefeitos de plantão, transformou aquele
local em praia particular, o que tem levado os índios a sofrerem todo tipo de
violências, desde agressões até incêndios em suas ocas.
No entanto, a realidade é outra. Na verdade,
todo dia é dia de índio, apesar de todos eles continuam a preservar suas
histórias, culturas e crenças.
*Marcos Ramalho é militante do PSOL/ Niterói e colaborador do
Mandato do Vereador Renatinho.
Leia sobre os entraves políticos na demarcação das terras indígenas no artigo abaixo:
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