segunda-feira, 9 de abril de 2012

DESABRIGADOS E MOVIMENTOS SOCIAIS PROTESTAM APÓS DOIS ANOS DA TRAGÉDIA DAS CHUVAS EM NITERÓI

Desabrigados e movimentos sociais se reúnem na frente da Prefeitura. 
Dois anos após a tragédia que deixou 169 mortos em Niterói (49 somente no Morro do Bumba, no Viçoso Jardim), um grupo de moradores de bairros atingidos pelas chuvas de abril de 2010 protestou nesta segunda-feira (09-04). Eles cobram solução para as famílias que continuam alojados precariamente no 3º Batalhão de Infantaria, na Venda da Cruz, em São Gonçalo, para outras que vivem de favor na casa de amigos e parentes, ou àquelas que foram obrigadas a retornar às áreas de risco. Além do grupo de desabrigados, participaram também do ato, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara (CDHC), vereador Renatinho (PSOL) e representantes de movimentos sociais da cidade.


Aprovada na reunião da CDHC no dia 29 de março para acontecer também nesta segunda-feira (09-04), a audiência pública para discutir solução para os desabrigados não aconteceu porque a secretária da Mesa Diretora e das Comissões Permanentes da Câmara de Vereadores (que não esteve na reunião da Comissão) alegou não ter recebido a ata na qual a audiência foi aprovada. Os movimentos sociais estimam que 10 mil famílias tenham ficado desabrigadas pelas chuvas de abril de 2010 em Niterói. O Governo do Estado, no entanto, paga Aluguel Social desde então somente para 3,2 mil famílias.

Leandra, desabrigada desde 2010, dá o seu depoimento e pede providências .
“Temos um requerimento assinado pela maioria da Comissão! Mas nossas reuniões e audiências com a população sempre são dificultadas pela Câmara, lembrem o exemplo da nossa reunião com a comunidade do Sapê onde a Mesa Diretora mandou fechar os portões da Casa. Foi mais um golpe da Câmara, que não está preocupada com as pessoas desabrigadas e nem com que voltou para as encostas atingidas pelas chuvas. Isso é um absurdo”, afirmou Renatinho do PSOL.

O presidente da Associação das Vítimas do Morro do Bumba, Francisco Ferreira de Souza, também criticou o governo municipal, que não entregou até hoje nenhuma moradia sequer para atender as vítimas da tragédia. “A Prefeitura diz que está recuperando as encostas, mas a verba é do Estado. Pessoas continuam sendo tratadas como lixo nesta cidade, especialmente as que estão no 3ª BI”, assinalou ele.
MC Faixas, morador da Região Oceânica, protesta!

Depois de deixarem a antiga sede da Prefeitura, na Rua da Conceição, os manifestantes seguiram para o edifício novo do Poder Executivo de Niterói, ambos no Centro. “As chuvas e desabamentos que assolaram Niterói em abril de 2010 deixaram o município em uma situação de calamidade, principalmente nas favelas e bairros mais pobres. Até agora, nada de efetivo foi feito para viabilizar um programa real de habitação popular que possa atender a enorme demanda existente”, afirmou o vereador do PSOL acrescentando ainda a importância da realização da audiência pública.
Marta, desabrigada e ex-moradora do 3º BI, mostra sua indignação.
“O objetivo da audiência era buscar um amplo debate com a sociedade sobre os problemas que ainda persistem, mesmo tendo passado tanto tempo da tragédia. Este é o papel participativo e fiscalizador do Poder Legislativo, ou seja, buscar com participação popular, seriedade e transparência um efetivo debate com a sociedade sobre a alocação e a seleção de prioridades dos gastos públicos. Infelizmente a maioria dos vereadores mais uma vez se negou a fazer esse debate abertamente com a sociedade.”, lembrou o vereador Renatinho, único vereador presente ao ato público deste dia 09 de abril.




Ouçam a entrevista do vereador Renatinho do PSOL na Rádio Fluminense, clique no link abaixo:

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