sexta-feira, 3 de maio de 2013

RENATINHO PEDE QUE ESTADO GARANTA DIREITO DE RESIDENTES DO PRÉDIO DO RIOPREVIDÊNCIA EM NITERÓI


Através da Indicação Legislativa (nº 1.012/2013) apresentada na Câmara Municipal, o vereador Renatinho (PSOL) solicita que o governo Sérgio Cabral reconheça a posse dos moradores de quatro andares do prédio nº 15 da Rua Marquês de Olinda, no Centro, em Niterói, que pertence ao Rioprevidência. Paralelamente ao pedido, a Comissão de Direitos Humanos da Casa Legislativa, através de solicitação de seu presidente, o próprio Renatinho (PSOL), realizará, no plenário da Câmara, audiência pública para discutir a situação dessas pessoas. Alguns moradores do edifício – a maioria familiares ou os próprios servidores do Estado – estão sendo despejos do local, apesar de beneficiados pela Concessão Especial de Uso (regulado pela Medida Provisória 2.220/2001).

Há mais de 30 anos, beneficiados também pela Lei Estadual 8/1977, um grupo de servidores de baixa renda do extinto Instituto de Previdência do Estado do Rio – Iperj (atual Rioprevidência) receberam o direito de morar nos 33 apartamentos existentes no prédio, descontado uma quantia mensal em seus salários. Atualmente, 29 apartamentos (entre o 5º e o 10º andares) são ocupados no prédio, que apresenta sérios problemas estruturais por falta de manutenção de parte do Estado.

             “Em documentos recentes, o RIOPREVIDÊNCIA manifestou intenção de manter o benefício, reconhecendo o direito adquirido e, inclusive, cogitando ampliar os benefícios, chegando a cogitar a venda dos imóveis para quem pudesse ou quisesse financiar o imóvel. Agora, o mesmo Instituto diz que não reconhece a posse dos moradores. Isso é um absurdo. Vale lembrar, ainda, que, ao longo desse tempo, o RIOPREVIDÊNCIA demonstrou descaso absoluto com o prédio, que ficou carecendo de algumas reformas estruturais, chegando, por exemplo, a deixar moradores idosos sem elevador inúmeras vezes. Foram, inclusive, os próprios moradores que cuidaram do local durante todo esse período”, afirmou Renatinho (PSOL).

Mas, em 2010, o RIOPREVIDÊNCIA, através de seu conselho de administração, chegou a atestar e publicar no Diário Oficial do Estado documento afirmando a inviabilidade econômica de alguns imóveis, entre os quais os andares ocupados deste imóvel. Em 2011, o Instituto de Previdência do Estado notificou os moradores do imóvel, avisando que queria os apartamentos de volta para equilibrar as contas. O prazo concedido foi de 90 dias. Por meio de liminar, os moradores conseguiram na Justiça o direito de permanecer no local. Agora, por meio de ações individuais, o RIOPREVIDÊNCIA está tentando despejar as 29 famílias do imóvel, que estaria sendo negociado pelo Estado com uma operadora de saúde privada.

Esse é o caso da aposentada Margarida Martins Machado, de 80 anos e há mais de 30 vivendo no prédio. “Vim morar aqui no início dos anos 70 e não tenho condições de pagar um aluguel se for despejada daqui. Estamos sofrendo muito com isso tudo”, disse ela, viúva de um ex-servidor do extinto IPERJ e que reside no prédio com o filho.

O também aposentado José Alberto, 55 anos e há 22 no lugar, disse que vai lutar até o fim. “Essas pessoas estão querendo o imóvel para negociar com uma empresa de plano de saúde. Logo após o anúncio de que o imóvel é inviável economicamente, começou a 'choverem' processos para nos tirar daqui”, denuncia o ex-funcionário do Instituto de Previdência do Estado do Rio.

A Comissão fará esta audiência pública para mostrar ao RIOPREVIDÊNCIA e ao Governo do Estado, o direito e a necessidade dos moradores de se manterem no prédio. “Os moradores me procuraram muito preocupados diante dessa injusta pressão sobre eles, em sua maioria idosos e sem condições financeiras de buscar outra moradia. Com essa enxurrada de ações judiciais, faz-se necessário a busca de um entendimento com RIOPREVIDÊNCIA e demais autoridades. Vamos realizar uma audiência pública em defesa do direito desses moradores. Não podemos permitir que eles acabem se somando aos já milhares de desabrigados que sofrem com o descaso do Poder Público em nossa cidade”, afirmou o vereador Renatinho (PSOL).

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