sábado, 4 de dezembro de 2010

Despejo vindo do Porto do RJ em Itaipu ainda não cessou


foto de Nathália Félix
Resíduos na orla da Praia da Região Oceânica de Niterói podem estar causando danos irreparáveis à região e prejudicando a pesca. INEA admite ter que reavaliar situação do 'bota-fora'



O despejo de resíduos de dragagem do Porto do Rio de Janeiro, o chamado “bota-fora”, na orla de Itaipu continua, apesar das denúncias de pescadores sobre a sobrecarga e a contaminação das águas no local e das previsões catastróficas de biólogos marinhos a respeito dos danos irreparáveis que a ação pode estar causando à região. Porém, mesmo não admitindo o risco de contaminação, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) já admite reavaliar a situação e transferir o serviço para outro local.
Na noite da última terça-feira, em audiência pública promovida pelo vereador Felipe Peixoto (PDT), na Câmara Municipal de Niterói, os técnicos do Inea disseram que os resíduos de dragagem não são contaminantes e que estão sendo retirados com o passar do tempo. No entanto, em nota divulgada pela assessoria, o instituto informou que vai rever a situação e, caso os problemas persistam, medidas adicionais serão tomadas como aplicação de multas. Dependendo da irregularidade, licenças poderão ser cassadas.
O material é depositado nas proximidades das Ilhas Carragas, a uma profundidade de 35 metros. Os profissionais da pesca alegam que este problema já acontece há 10 anos, mas que se intensificou de uns tempos para cá. A ação ameaçaria o trabalho dos cerca de 850 pescadores que atuam na região porque o entulho é considerado como contaminado.
O professor do Departamento de Biologia Marinha da Universidade Federal Fluminense (UFF), Abílio Gomes, explica por que estes materiais são contaminados. Segundo o especialista, os resíduos ficam em um espaço sem oxigênio no porto e, quando jogados no ambiente arejado, liberam uma grande quantidade de metais.
jornal O Fluminense, 03/12/010

Nenhum comentário:

Postar um comentário