sábado, 24 de agosto de 2013

Ricardo e Amarildo: caminhos diferentes de uma mesma história


O Ascenso das lutas sociais transformou acontecimentos cotidianos em pautas de mobilização. O desaparecimento do pedreiro Amarildo, morador da favela da Rocinha, foi um exemplo disso. Seu desaparecimento após uma abordagem do Bope levantou a população do Rio de Janeiro, e até de outros estados, contra mais uma arbitrariedade policial. A truculência policial é uma marca antiga das ações de segurança pública, mas agora as pessoas não se calaram. A grande mídia foi obrigada a ter que abordar este tema, tendo que reconhecer que as UPPs não são tão perfeitas quanto dizem que são. As redes sociais expressaram a mobilização dos movimentos sociais de direitos humanos, além da corajosa postura família de Amarildo que não se calou perante tamanha violência.



Mas como já foi dito, Amarildo foi só um exemplo dentre tantos casos de arbitrariedade policial, e não tardou para que ocorresse mais um caso de brutalidade contra um trabalhador, só que agora na Baixada Santista. No dia 31 de julho, o funcionário terceirizado da Unifesp, Ricardo Ferreira Gama, foi agredido após responder a uma ofensa de um policial, segundo estudantes desta universidade. Ricardo e os estudantes foram intimidados a não denunciarem o ato opressor da polícia. Mesmo assim, no dia dois de agosto, quatro homens encapuzados mataram Ricardo com oito tiros na porta de sua casa.

Mais um caso de assassinato de um jovem, negro e pobre, morador da periferia, que sofreu o peso de uma política de segurança que criminaliza a pobreza. Assim como população pergunta onde está Amarildo, é chegada a hora de denunciarmos o assassinato de Ricardo e encontrarmos os responsáveis por este crime. O Estado mais uma vez nos mostra que a polícia é utilizada para reprimir e intimidar os trabalhadores. É mais do que urgente a união dos movimentos sociais e dos trabalhadores para repensarmos a política de segurança de nosso país. É nossa tarefa continuar exigindo a solução do caso Amarildo e buscar elucidar o assassinato de Ricardo, mas o mais fundamental é aprofundarmos a construção de um programa político que repense a política de segurança de nosso país, de maneira que não criminalize a pobreza e os movimentos sociais. Somos todos Amarildo e Ricardo!


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