sábado, 24 de agosto de 2013

Nota do Mandato do Renatinho: Randolfe não nos representa!


      As grandes manifestações recentes mostraram o quanto as lutas sociais são o único meio de conseguir conquistas reais. Ainda que estejamos num estágio inicial desta efervescência de participação popular, é inegável que estamos num momento novo. Conquistamos a redução da tarifa em diversos estados, mas ainda temos muito que avançar, pois o peso da redução ainda recai sobre os cofres públicos, enquanto o empresariado lucra à custa do povo. Além disso, outras demandas apresentadas durante as manifestações, tais como controle das contas dos megaeventos, mais investimento em saúde e educação ainda são questões que pressionam os governos a tomarem posições, mesmo que não sejam ainda para resolver de fato os problemas. Estamos só no começo, por isso, precisamos avançar.      

Manifestação contra o aumento da passagem
na Av. Amaral Peixoto - Niterói
É nesse cenário que o PSOL deve se apresentar como uma alternativa consequente de organização dos trabalhadores. De maneira que possamos apresentar um programa consequente para as lutas.

Enquanto o PT e seus opositores de direita buscam soluções dentro da ordem, favorecendo os empresários do agronegócio, construtoras e bancos, nós nos postamos juntos aos movimentos sociais em busca de mais avanços. A presidenta Dilma, numa manobra de reconquista de popularidade, abriu diálogo para a formação de um novo pacto social, que é o mais do mesmo. Nós do PSOL nada temos que fazer em espaços como este, já que este pacto mantém as elites com seus privilégios. O papel de nosso partido é expressar as vozes das ruas, unificando-se aos movimentos sociais, mantendo as mobilizações numa crescente.

Não há um diálogo sério se não há um conjunto de medidas deste governo que de fato apontem para uma mudança. Como pensar em mudança se o governo nos reservou a Força de Segurança Nacional para nos reprimir brutalmente? Como pensar em mudança se este governo cortou mais de R$ 50 bilhões nas áreas sociais, enquanto reservou R$ 708 bilhões para os banqueiros? Como pensar em mudança se este governo loteou o país para os megaeventos (Copa e Olimpíada), superfaturando obras e instalando um Estado de exceção?

Os governos comprometidos com este projeto não são nossos aliados. O que Dilma fez nada mais é que uma manobra desesperada. Por isso, de acordo com o acúmulo político do PSOL nenhum militante nosso está autorizado a negociar com este governo e propor medidas de conciliação. Randolfe, portanto, quando se reuniu com Dilma no dia 2 de junho, apoiando a proposta de plebiscito para a reforma política, não representou a militância do PSOL. Sua atitude infeliz contrariou as resoluções da executiva nacional de nosso partido. Não é a primeira vez que comete esta incoerência, sua aliança com o PTB, DEM e PSDB no Amapá revelam o quanto não partilha dos princípios de independência de classe de fundação do PSOL.

Cada militante do PSOL que esteve nas ruas e sentiu o gosto amargo das bombas de gás lacrimogênio e de toda a repressão policial ordenada por este mesmo governo está perplexo com tamanha irresponsabilidade do senhor senador. Houve um descompasso entre atitudes de um quadro público de nosso partido e o que a base de nossa militância vem fazendo. Construímos plenárias pelo país afora, participamos das mobilizações e se o gigante, como dizem: acordou, o PSOL nunca se furtou da luta.

O mandato do Renatinho repudia este ato inconsequente do senador Randolfe e reivindica o verdadeiro legado do PSOL, que é o mesmo que vemos nas ruas, em cada militante que se dedica à construção do socialismo. Propomos-nos a superar o pragmatismo eleitoral e tornar as ruas a verdadeira tribuna do povo. É para isto que as figuras públicas do PSOL devem estar a serviço. Nossa tarefa é construir as mobilizações e utilizar o parlamento como uma das vias de expressão desta contestação popular que tomou nosso país.

Saudações Psolistas!


Mandato do Renatinho (PSOL) – Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Niterói.

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