O PSOL convoca toda sua militância para participar do ato em solidariedade às vítimas do descaso do poder público que, levou a morte de 146 pessoas no município de Niterói. O ato é promovido por diversas entidades da sociedade civil: Associação de Moradores do Morro do Estado; SINDSPREV/RJ; Associação de Moradores do Morro da Chácara; Instituto de Arquitetos da Brasil (IAB/Niterói); SEPE-Niterói; SINTUFF; DCE-UFRJ; DCE-UFF; Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (APAFUNK); Movimento Direito para Quem; Curso de Formação de Agentes Culturais Populares dentre outras entidades do Comitê de Mobilização e Solidariedade das Favelas de Niterói e pelos mandatos dos parlamentares Marcelo Freixo e Renatinho.
TRAGÉDIA EM NITERÓI: FALTA DE INVESTIMENTOS E DESCASO DO PODER PÚBLICO
De todo o Estado do Rio de Janeiro, o Município de Niterói é o mais atingido pelas chuvas que caem desde a última segunda-feira. Os números impressionam: foram cerca de 30 pontos de desabamento, mais de 7 mil desabrigados e mais de 146 mortes já contabilizadas.
Nesse momento é fundamental a solidariedade aos desalojados, que já são mais de 7 mil em Niterói. O Comitê de Mobilização e Solidariedade das Favelas de Niterói está recolhendo mantimentos para as famílias atingidas no prédio do DCE/UFF, no centro de Niterói. Devem ser priorizados os seguintes itens: colchonetes, cobertores, alimentos não perecíveis, roupas de cama, produtos de limpeza e outros itens.
No entanto, apenas a solidariedade não basta. É preciso que as responsabilidades políticas dos Poderes Públicos sejam apuradas para que fatos como estes nunca mais se repitam. A responsabilidade da realização de investimentos estruturais é do Poder Público, mais precisamente da Prefeitura Municipal de Niterói, comandada por Jorge Roberto Silveira (PDT), que optou por desperdiçar recursos com seu Conselho Consultivo e inúmeras secretarias inúteis, e prioriza a busca de recursos para a conclusão das obras do Caminho Niemayer, incluindo uma Torre Panorâmica, em detrimento de investir em contenção e reflorestamento de encostas, limpeza das galerias de águas pluviais existentes e, principalmente, obras de macro e microdrenagem. Em Niterói ruas continuam sendo asfaltadas sem microdrenagem.
A análise da ocupação territorial e o uso do solo – questões tantas vezes debatidas e denunciadas pelos Mandatos do Vereador Renatinho, do deputado estadual Marcelo Freixo e pelo PSOL/Niterói – evidencia as prioridades da Administração Municipal, a de incentivar as construções de alto luxo e omitir-se em relação as políticas públicas de regularização fundiária e de habitação popular, abandonando à própria sorte as áreas mais carentes de nosso município, que concentraram o maior número de desabamentos e mortes por decorrência das chuvas.
Niterói decretou luto oficial por sete dias e situação de Emergência. Porém, as tragédias poderiam ser evitadas. Afinal, o prefeito Jorge Roberto Silveira destinou no Orçamento de 2010 para Obras de redução de risco a desabamentos e escorregamentos de encostas a irrisória quantia de R$ 50.000. E agora vem a público solicitar R$ 14.000.000 de ajuda aos governos Estadual e Federal. Somente com o gasto anual com seu Conselho Consultivo (quase R$ 2 milhões), a Prefeitura gastará 39 vezes mais que toda a previsão de gastos em 2010 com a prevenção de desabamento.
O IPTU mais caro do Estado do Rio de Janeiro e segundo mais caro do país não se converte em melhorias para os cidadãos. Chamamos atenção para o risco de novos desabamentos. Não foram poucas as vezes que denunciamos em plenário da Câmara Municipal e da ALERJ o descaso do Executivo perante os acontecimentos recentes, como a ameaça de desabamento de áreas no Morro do Estado e do soterramento do Maquinho, no morro do Palácio.
Para completar a desfaçatez, os governos da aliança Lula e Sergio Cabral (PT/PMDB) culparam os pobres das favelas pela tragédia. Em entrevista a um canal de televisão, o governador revelou seu elitismo e preconceito: "A culpa das 50 mortes é da irresponsável ocupação desordenada de áreas irregulares, encostas, por isso eu quero construir muros nas favelas, para impedir a expansão das favelas. Veja onde estão os mortos.
Temos que ser cada vez mais duros na disciplina da
ocupação do solo urbano, com aparato da polícia".
Temos que ser cada vez mais duros na disciplina da
ocupação do solo urbano, com aparato da polícia".
Em Niterói, o assessor, do malfadado Conselho Consultivo do Jorge Roberto Silveira, Wolney Trindade também aconselhou o prefeito a atacar as vitimas –“Durante meu período à frente da prefeitura, eu mesmo fui lá e tirei essas pessoas na base da porrada. Eles queriam se suicidar e, por isso, sempre voltaram ao local”.
Por tudo isso, a população deve se organizar para exigir a apuração das responsabilidades pelo desastre e que os governos garantam a infra-estrutura necessária e o auxilio as famílias desabrigadas. Que se garanta um abrigo decente, com água potável, comida e atendimento médico às famílias até que a situação seja resolvida.
Que se desenvolva de forma imediata um plano para cobrir o déficit habitacional em todo o estado, em especial na cidade do Rio de Janeiro e em Niterói, as mais atingidas, com a participação do corpo técnico da UFF, no caso de Niterói e da comunidade. É fundamental garantir a construção de casas populares a todas as famílias desalojadas e as que moram em áreas de risco junto com um plano emergencial de obras de infra-estrutura nas principais vias e nos bairros para amenizar os efeitos das chuvas.
Somente com a solidariedade e apoio de toda a população os governantes darão a merecida assistência aos desabrigados e, principalmente, tomarão as providências para evitar novas vitimas do descaso e omissão.
Concordo plenamente com vocês apesar de não ser filiado, mas para mim o que conta mesmo é esta iniciativa de não deixar fazer o que querem com o dinheiro público e ainda culpar a população por isso.
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