quarta-feira, 17 de março de 2010

EM DEFESA DO HOSPITAL DA MULHER
















Em comemoração aos 100 anos do Dia Internacional da Mulher, o mandato do Vereador Renatinho, junto com sindicatos e movimentos da sociedade civil organizada, fez um Ato em defesa da Maternidade Alzira Reis e pela criação do Hospital da Mulher em Niterói.

No dia 10 de março, às 8 horas da manhã, em frente ao Hospital Antonio Pedro, os mandatos do Ver. Renatinho, do Dep. Marcelo Freixo, os sindicatos SINTUFF, SINDSPREV, SINDPESCAM, Associação de Moradores do Morro do Estado, Ass. de Moradores de Jurujuba, Ass. dos Sitiantes Tradicionais da Serra da Tiririca, o D.A. de Enfermagem da UFF e outras entidades da sociedade civil organizada, fizeram manifestação contra a transferência da Maternidade Municipal Alzira Reis para o 3º andar do Hospital Carlos Tortelly, que está sob investigação do MP, e onde os elevadores não funcionam há dez anos!

“Pedimos a construção, em Niterói, do Hospital da Mulher, a exemplo de outros municípios do estado, Cabo Frio e São João de Meriti que já oferecem para população esse tratamento. Niterói, como cidade Pólo da Região Metropolitana II, está devendo leitos de obstetrícia ao SUS. Na Portaria do Ministério da Saúde, n.º 1101/GM, de 12 de junho de 2002, fica estabelecido o percentual de 0,28% de leitos de obstetrícia para cada 1000 habitantes, o que significa que teriam que ser disponibilizados, em Niterói, 168 leitos para maternidade. Hoje temos disponibilizados 86, assim distribuídos: 45 no Hospital Estadual Azevedo Lima (para alta complexidade), 23 no Hospital Universitário Antonio Pedro (emergência referenciada) e 18 na Maternidade Municipal Alzira Reis, responsável pelo atendimento básico, sem complexidade, e que não possui UTI Neonatal” Esclarece a assessoria do Ver. Renatinho.

“A transferência da Maternidade para o Hospital Carlos Tortelly, autorizada pela maioria Conselho Municipal de Saúde, que votou a favor sem saber os custos, sem levar ao conhecimento da população o projeto e o funcionamento da obra em questão, é considerada um retrocesso na Luta travada desde a 1ª Conferência de Saúde de Niterói, em 1989, que indicava a construção de uma maternidade pública e um atendimento referenciado e diferenciado para a saúde da mulher.” Declara a Dra. Genilce Lotfi, médica pediatra da Maternidade Alzira Reis.

Várias pessoas que passavam no local deram apoio e fizeram uso do microfone, aberto para denunciar a falta de atendimentos e violência contra as mulheres na hora do parto. Houve vários relatos e muita indignação.

Mulheres têm seus filhos em cadeiras de praia e caixas de papelão.

Temendo a peregrinação de hospital em hospital, as mulheres usuárias do SUS (na maiorias trabalhadoras pobres), estão se sujeitando a atendimentos desumanos e precários.

“Elas ficam com medo de parir em ônibus, em carros de praça, e no meio da rua. Informadas de que não há vagas, preferem ficar “alojadas de qualquer maneira” com receio de voltar para casa. Muitos dos bairros de Niterói não são atendidos por ônibus durante a madrugada”. Declarou, Fátima, enfermeira do HEAL e da Maternidade.

Porque defendemos a criação do Hospital da Mulher

Nos Hospitais da Mulher são encontrados serviços de Educação e Prevenção, Diagnósticos, Exames Laboratoriais, Exames de ultra-som e Mamografia, além das consultas ginecológicas e obstétricas. Internações, intervenções cirúrgicas. Pré-parto, parto, pós-parto, aleitamento e nutrição. Delegacia da Mulher, Atendimento Jurídico e Cartorial.

Entendemos que a maternidade é um período na vida da mulher. Mas, suas necessidades com a saúde são diárias. O Hospital da Mulher propõe dar atendimento desde a sua primeira mestruação, que acontece em torno dos 12/ 15 anos, até a pós- menopausa, onde é preciso muita atenção com a osteoporose, e depressão.

Hoje, o resultado de um exame preventivo colhido nas Unidades de Saúde demora mais de seis meses para voltar. Isso acontece porque existe só um laboratório para atender a saúde pública de Niterói. Aliás, fica localizado no 3º andar do CPN, onde querem sediar a Maternidade Alzira Reis.

Com a construção do Hospital da Mulher, os exames poderão feitos no próprio hospital, com resultados rápidos, permitindo ações rápidas no tratamento.

A situação vivenciada hoje é de ausência total de tratamento para muitas mulheres que poderão vir a óbito sem que tenha em mãos o diagnóstico da sua doença.

O presidente Lula, diz em rede nacional que as mulheres têm o direito de fazer um exame de mamografia por ano. Fazer onde?

Niterói possui apenas três mamógrafos e adivinhem quantos funcionam? Só um! Os outros dois estão necessitando de reparos ou de serem substituídos.

Subsecretário agride com palavras chulas e não se compromete com nada

Em passeata, a manifestação seguiu para o Hospital Carlos Tortelly (antigo CPN), onde uma comissão foi recebida pelo Diretor do Hospital e Subsecretário de Saúde do Município, Dr. Roberto Carlos de Brito Barcellos.

Na reunião, foram colocados os motivos das denúncias e das investigações que estão sendo feitas pelo Ministério Público: a falta de materiais e medicamentos, de aparelhos para exames, carência de profissionais e falta de leitos.

O Subsecretário de Saúde defendeu a transferência da Maternidade para o Hospital elogiando o projeto da obra. Disse que está previsto um elevador só para a Maternidade, uma UTI Neonatal e a criação de mais dez leitos.

Questionado pela assessoria de comunicação do Mandato Renatinho, quanto à necessidade de um número maior de leitos, em acordo com a Portaria 1101/GS do MS, o subsecretário se irritou e com palavras chulas dirigiu-se à assessora gritando: “Quem é a senhora para me questionar fazendo e fazer cálculos? Baixe a sua bola!”

Indignados com esse tipo de atitude, o Vereador Renatinho, o ex-vereador Paulo Eduardo Gomes - presidente do PSOL – , o companheiro Flávio, representante do Dep. Marcelo Freixo, o Sr. Sebastião - Diretor do SINDSPREV – chamaram a atenção do Subsecretário que poderia ser enquadrado no artigo 5º do código penal.

A Representante do Coletivo de Mulheres, Danielle Jardim, sugeriu que se fizesse um “Termo de Compromisso” constando todas as melhorias advindas da transferência/ obra da Maternidade, que haviam sido listadas pelo Diretor/ Subsecretário, e que fosse assinado por ele. A proposta não foi aceita pelo subsecretário que em resposta, manifestando desagrado, sugeriu que “qualquer coisa” deveria ser encaminhada diretamente ao governo.

Terminando a reunião, o presidente do PSOL Paulo Eduardo, ficou de encarregado de encaminhar junto aos mandatos um ofício solicitando o projeto da obra, seus custos e a maneira como foi feita a licitação.

Reunião para criação do
Forum Permanente Pela Saúde da Mulher
dia 25 de março, às 16 horas
Local: Av. Amaral Peixoto, 625 - sala 68
Participe, venha com a gente!






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