sábado, 20 de julho de 2013

III Conferência Municipal de Cultura de Niterói: um debate necessário


Após promessas e mais promessas para a área cultural de nossa cidade, tudo ainda permanece como antes: cultura como mercadoria. Restrição das políticas a editais, decisões obscuras sobre os aparelhos culturais da cidade e nenhum zelo sobre o dinheiro público. Um exemplo é o Centro BR de Cinema, que depois de gastos mais de R$ 24 milhões, ainda não há previsão de abertura. Além disso, boa parte das salas será destinada a um conglomerado empresarial gastronômico.

Há um grande debate a ser feito, portanto, que se refere ao caráter público das políticas de cultura de Niterói. A III Conferência Municipal de Cultura de Niterói pode cumprir este papel denunciar esta lógica. Começará com a abertura no dia 2 de agosto, no Teatro Municipal de Niterói, Centro, às 18 horas. Nos dias 3 e 4 de agosto ocorrerá na Escola Liceu Nilo Peçanha, Centro, de 9 às 19 horas. O tema desta vez será “Uma Política de Estado para a Cultura: Desafios do Sistema Municipal de Cultura”.

O governo tenta parecer mais aberto ao diálogo, garantindo a Conferência, que não funcionou durante o governo anterior, mas na realidade devemos compreender o caráter deste espaço, com suas possibilidades e limites. Tendo como objetivo abrir o debate para entidades da sociedade civil, artistas, poder público e gestores de culturais, a conferência seria apenas uma consulta popular, sem qualquer caráter deliberativo para definir os rumos do Plano Municipal de Cultura. O governo petista busca se eximir dos equívocos da gestão anterior, se apresentando como democrático, mas mantém a mesma lógica privatista baseada em parcerias público-privadas. Não se propõe a mexer na caixa preta da gestão anterior e nem fomenta um debate que realmente defina as políticas de acordo com os anseios populares.

Temos que ir à Conferência com a certeza de que não seremos ouvidos por este governo, mas precisamos denunciar e fiscalizar, tornando cada vez mais público esta forma nefasta de conceber a cultura como mercadoria. Pode ser um espaço de acúmulo e unidade para que os ativistas da cultura organizem uma oposição ainda mais forte e organizada para construirmos uma concepção de cultura libertadora e transformadora.

        Informações sobre a inscrição, na Secretaria Municipal de Cultura Rua Presidente Pedreira n° 98, Ingá) ou no site

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