As manifestações do
povo nas ruas mostraram a indignação como a muito não se via. A pauta de reivindicações começou contra o
reajuste da tarifa de transportes e se
ampliou intensamente, mostrando todo acúmulo
de opressão que os trabalhadores vêm sofrendo. Mas a questão da mídia talvez tenha sido um dos elementos mais
novos nesta conjuntura de mobilização. A
grande maioria dos atos foi muito crítica a
mídia, principalmente a Rede Globo, que buscou em suas coberturas desqualificar as manifestações como orquestrações de
baderneiros. Em diversos momentos
repórteres não conseguiram fazer suas matérias, pois a população enxergava nestes o interesse de difamar as
manifestações.
Tal
reação é o acúmulo de uma situação de calamidade nos meios de comunicação no
Brasil. Restrita a 11 famílias e seus apadrinhados, a mídia brasileira é uma
oligarquia de alta tecnologia, um instrumento fundamental para a dominação
ideológica. O interessante é que o debate sobre o povo construir a sua mídia
foi aprofundado. Grupos de mídia livre postaram na internet a versão
alternativa sobre as manifestações, sem as manipulações dos conglomerados
empresarias de comunicação, mostrando a nossa versão dos fatos. Assim, podemos
obter informações importantes que são omitidas pelos grandes veículos de mídia ou
mesmo manipuladas, tais como o teor da truculência da polícia, o número
verdadeiro de manifestantes, os eixos políticos, apresentados pelos
manifestantes etc.
Atos contra a Rede
Globo foram organizados em julho, dando continuidade
às mobilizações. Os manifestantes questionavam a cobertura oportunista e difamatória, externalizando a indignação
contra uma emissora que foi criada nos porões da
ditadura militar.
A acusação de que a
Rede Globo deve a Receita Federal mais de R$ 600 milhões acabou aprofundando as críticas. Misteriosamente o processo
teria sumido com o auxílio de uma funcionária da
Receita Federal, já exonerada, o que
reafirma a suspeita sobre a Globo. O que fica é que os movimentos sociais e a população estão cada vez
mais dispostos a organizar meios de
comunicação alternativos. Não podemos parar, temos que lutar por uma mídia pública a serviço dos
trabalhadores. A Globo está na mira do
gigante e o coro deve continuar: o Povo Não é Bobo, Abaixo a Rede Globo!
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