domingo, 18 de setembro de 2011

DIA MUNDIAL DA LIMPEZA DE PRAIAS: COMUNIDADE TRADICIONAL DA SERRA DA TIRIRICA LUTA CONTRA O LIXO DESPEJADO NO MAR DE ITAIPU!

Imensa quantidade de lixo retirado do mar de Itaipu - despejo irregular de Docas S/A
No Dia Mundial da Limpeza de Praias, sábado (17-09), em Itaipu, os pescadores artesanais realizaram um ato de protesto contra o despejo de resíduos feito pela empresa Docas S/A, no processo de limpeza dos navios e do Porto do Rio de Janeiro. A Associação Livre dos Pescadores e Amigos da Praia de Itaipu (ALPAPI), em parceria com outras entidades representantes da comunidade local, todas membros do Conselho Consultivo do Parque Estadual da Serra da Tiririca, recolheram assinaturas e protestaram em defesa da pesca artesanal.

Seu Bichinho, do Morro das Andorinhas, denuncia a poluição autorizada pelo Estado
Pescadores artesanais que chegavam do mar mostraram a grande quantidade de lixo que retiram diariamente de suas redes.  As comunidades e os diversos apoiadores ajudaram na limpeza das redes e recolheram o lixo: “O que vemos aqui nas redes de pesca é puro lixo! Não adianta o INEA dizer que o despejo de Docas não traz lixo, estamos provando aqui que traz. Vem de tudo na rede dos pescadores, desde saco plástico, embalagens pet e restos de roupa até dejetos que podem ser tóxicos e afetar a qualidade do pescado”, disse o representante do Grupo de Trabalho das Comunidades Tradicionais do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Fernando Tinoco.

Represententes das comunidades tradicionais se unem na luta contra a poluição
Durante o protesto, os pescadores passaram um abaixo-assinado contra o despejo do lixo e pela aprovação do Projeto de Lei 0263/2010, do vereador Renatinho (PSOL) que pede o tombamento imaterial da pesca artesanal de Itaipu. Diversas pessoas que integravam um projeto da UERJ para a limpeza da orla e terminaram por aderir ao movimento dos pescadores e assinaram o abaixo-assinado e ajudaram na limpeza do lixo que veio do mar.

Pescador mais antigo da Praia de Itaipu, Seu Bichinho, liderança histórica da comunidade tradicional do Morro das Andorinhas, esteve no local apoiando a comunidade em defesa do fim do despejo de lixo e afirmou:
Pescadores pescam lixo ao invés de peixes e levam horas limpando suas redes

Fomos só a pouco tempo reconhecidos como comunidade tradicional pelo Ministério Público Federal e pelo INEA. Estamos lutando a décadas contra a especulação imobiliária que sempre quis nos tirar de Itaipu. Enfim, acho que como eles não conseguiram nos tirar daqui por terra, agora querem tentar nos tirar pelo mar, poluindo nossa praia e acabando com os peixes, maior fonte de renda da comunidade.”, disse seu Bichinho, da Associação da Comunidade Tradicional do Morro das Andorinhas (ACOTMA).

Também estavam presentes representantes da comunidade indígena guarani de Camboinhas, representantes dos sitiantes da Serra da Tiririca, do Quilombo do Grotão e da comunidade tradicional da Duna Grande.
Associação da Comunidade Tradicional da Duna Grande (ACODUNA) participa da limpeza

“Essa poluição está acabando com a pesca artesanal e assim acaba a principal forma de subsistência da comunidade tradicional. Vamos resistir, denunciar e lutar. Itaipu precisa ser preservado, sempre defendemos o meio ambiente do local e vamos continuar defendendo. Nossa praia não pode ser mais uma praia destruída pela especulação imobiliária.”, disse Rafael Gomes, diretor da Associação da Comunidade Tradicional da Duna Grande (ACODUNA).
Pescadores denunciam o crime sócio-ambiental e lutam por sua sobrevivência

Os pescadores reclamam ainda que o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) se omite em relação ao despejo indiscriminado de lixo no local, que é considerado zona de amortecimento da Serra da Tiririca.
Quantidade enorme de lixo nas redes causa tristeza e comoção da comunidade

“A empresa Docas/SA joga lixo e lama no mar de Itaipu diariamente com a permissão do Inea. Quem vai limpar a sujeira? A renda dos pescadores artesanais está comprometida. Quem vai sustentar nossas famílias?”, indaga o pescador artesanal Jairo Augusto, que vive desde que nasceu há 42 anos no local.

O vereador Renatinho (PSOL), que é autor do Projeto de Lei que requer o Tombamento Imaterial da pesca Artesanal de Itaipu, para considerar a atividade como patrimônio da cidade, vê a iniciativa de realizar o ato como de fundamental importância.
Moradores e ambientalistas também se integram ao movimento

“É um absurdo o que está acontecendo aqui, está mais do que comprovado o crime ambiental! A pesca artesanal de Itaipu precisa ser preservada. Sou contra o despejo de lixo de Docas em Itaipu e contra que os dejetos do Comperj sejam jogados na praia de Itaipuaçu, pois obviamente, se isso acontecer, além de o mar de Maricá ficar poluído, a pesca de Itaipu será ainda mais prejudicada. O tombamento imaterial precisa ser aprovado logo para que Itaipu mantenha suas características e a comunidade tradicional seja respeitada”, destaca Renatinho, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Niterói.

O INEA foi convidado para comparecer ao local, ver a situação dos pescadores e do meio ambiente local, mas não enviou nenhum representante.

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Um comentário:

  1. Olar isso e um absurdo tanta sugeira tem que amostrar na tv para as autoridade tomar uma providencia , cade o IBAMA que proibe a pesca no defeso e permite essa lixeira frutuante

    CRISTIANO ROSA PINTO

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