"O povo está acordando", diz Francisco...
Presidente da Associação das Vítimas do Morro do Bumba, Francisco Carlos Ferreira de Souza, de 50 anos, vive numa Niterói que há até bem pouco tempo nem mesmo muitos niteroienses conheciam. A tragédia de abril, que destruiu mais de 170 vidas e deixou mais de 8 mil desabrigados em Niterói revelou uma parte da cidade que era mantida escondida à sombra de um projeto de cidade voltado só para os interesses da elite econômica local. Francisco ajudou a criar e integra, com representantes de mais de 15 áreas atingidas pelas chuvas, o Comitê de Mobilização e Solidariedade das Favelas e Comunidades de Niterói, com o apoio de diversas organizações e movimentos sociais. Trata-se de um movimento que acaba de nascer com o imenso desafio de reivindicar o direito à moradia digna dessa população até então invisível.
Confira a entrevista com Francisco
Diante da tragédia de abril, o que diferenciou a atuação do mandato em relação à atitude da maioria dos políticos?
Francisco Carlos – O fato de o mandato, por meio do deputado e de sua equipe de assessores, atuar sempre com a gente, levantando as nossas bandeiras e lutando junto, dando o apoio necessário.
Como vê o mandato e a sua relação com os movimentos sociais?
Francisco Carlos – Esse mandato chama atenção por sua dinâmica, por seu trabalho. O Marcelo Freixo é um dos únicos que se levanta contra essa corja está aí. Sempre defendeu a luta dos movimentos sociais pelos direitos humanos, até pondo em risco a própria vida.
Como avalia a conjuntura política de Niterói?
FC – No contexto municipal, temos um único vereador que se faz presente nas nossas lutas, o Renatinho, que é do PSOL. Infelizmente, a maioria na Câmara fecha com um prefeito que não se volta para os interesses do povo e só governa para quem tem dinheiro.
Quem sofre com a política atual?
FC - Sofre o povo que a prefeitura ameaçou expulsar dos abrigos e que não tem garantido nem o aluguel social. Sofre a população pobre. Essa tragédia de abril mostrou a verdadeira Niterói, em que se destina R$ 50 mil em contenção de encostas e R$ 19 milhões para uma torre panorâmica com restaurante de luxo no Caminho Niemeyer.
O que espera de um segundo mandato?
FC - Esse mandato precisa continuar e vai continuar. Esse será um recado da população que não aguenta mais o que está aí. O povo está acordando, se organizando e lutando. Prova disso é a criação do Comitê de Mobilização e Solidariedade das Favelas e Comunidades de Niterói.
http://www.marcelofreixo.com.br/site/noticias_do.php?codigo=11
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