Após quase um mês de disputas internas na Câmara para buscar que o Regimento Interno da Casa fosse democraticamente respeitado, a Comissão de Direitos Humanos realizou a reunião onde o ex-secretário João Medeiros prestou depoimento em Plenário e com participação popular. A blindagem que os vereadores de situação fazem ao governo municipal já tinha ficado clara desde a primeira sessão plenária pós-tragédia. No entanto, a blindagem ficou mais evidente quando o conjunto de vereadores se uniu para não permitir a tramitação de requerimentos de informações à Prefeitura sobre qualquer assunto. Isso coincidentemente quando Renatinho apresentou, já no dia 07 de abril, o requerimento de informações acerca da estrutura da Defesa Civil.
Quando surgiram as denúncias de João Medeiros, que apontavam inicialmente para a omissão do Prefeito e do secretário Zeca Mocarzel, mais uma vez a Câmara se uniu para blindar o governo de qualquer crítica. Apenas Renatinho e Waldeck Carneiro se pronunciaram sobre o caso e cobraram uma maior investigação.
Cumprindo seu papel como fiscal do Poder Executivo, Renatinho que é presidente da Comissão de Direitos Humanos, convocou uma reunião da Comissão para colher depoimento do ex-secretário. A solicitação da reunião extraordinária foi aprovada por dois membros da Comissão, que conta com três membros. Apenas Renatinho e Gallo assinaram a convocação de João Medeiros, enquanto o Padre Ricardo negou-se a assinar e por diversas vezes ainda criticou a iniciativa em Plenário.
Depois de aprovada a reunião e a convocação de João Medeiros, depois de estar definida data, hora e local. Tendo sido escolhido o Plenário da Câmara, pois possibilitaria uma maior participação popular, novamente a base do governo se “uniu”e desta vez para tentar evitar que a reunião fosse aberta à população. Iniciou-se então uma “guerra de memorandos” e diversas discussões diárias no Plenário, onde diversos argumentos foram sendo utilizados em seqüência para justificar a mal disfarçada intenção de negar a realização da reunião aberta. Após diversas respostas, o Ver. Renatinho, baseando-se sempre no Regimento Interno e no verdadeiro papel que a Câmara deve cumprir num momento de crise, investigando, legislando e cobrando iniciativas do Executivo, conseguiu-se efetivamente garantir a reunião apenas um dia antes da data marcada.
Ainda com a reunião garantida para ser realizada em Plenário, a disputa interna não havia terminado. Duas horas antes do inicio da reunião, a Secretaria da Mesa Diretora e das Comissões Permanentes enviou memorando para a Comissão negando a filmagem da reunião e informando que o aparelho data-show da Câmara estava com defeito. Ou seja, além de não ter filmagem não teríamos garantida a exibição das fotos e dos documentos da denúncia no telão para verificação do público presente.
Mais uma vez Renatinho deu a volta por cima e mesmo de última hora garantiu com o Sintuff, um aparelho de data-show e a filmadora para a realização normal do evento.
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