domingo, 30 de janeiro de 2011

VEREADOR RENATINHO SOLIDÁRIO COM MORADORES DA REGIÃO SERRANA - ENVIA SUA ASSESSORIA PARA AJUDAR

O Vereador Renatinho, através do Comboio Classista de Solidariedade CSP/ CONLUTAS, enviou parte de sua assessoria  para ajudar na organização de uma rede de atendimento às vítimas de Nova friburgo.
Comboio Classista de Solidariedade/ CSP - CONLUTAS

"FRIBURGO É UMA CIDADE OPERÁRIA. QUEM MORA NAS ENCOSTAS É POVO TRABALHADOR!", diz Renatinho.

Na década de 90 -  início da era neoliberalista de FHC -  grandes indústrias da cidade transferem seu parque - metalúrgico e textil - para estados e países com mão de obra mais barata e maiores incentivos fiscais.
Surge, a partir dai, a indústria de moda íntima, de fundo de quintal,  formada por trabalhadores desempregados. Deu certo. O governo, bancos, SEBRAE e FIRJAN começam a apostar -  incentivando a legalização - da mais nova economia, capaz de tirar a cidade do buraco.


MÃO DE OBRA BARATA DO INTERIOR

A indústria da moda íntima não requer mão de obra especializada nem treinamento de custo elevado. O treinamento de uma costureira é feito na própria confecção. Isso contribui para que os salários permaneçam no patamar do mínimo. Hoje, uma costureira sindicalizada recebe um salário de 560 reais por oito horas de trabalho.

treinamento na própria confecção

"  Sou nascida em Macuco. Vim pra morar em Friburgo faz mais de vinte anos. Lá em Macuco não tem emprego. Salário com a carteira assinada você não acha. Sou da roça e estudei pouco, só até a segunda série. Depois fiquei sem escola perto de casa. Morei e trabalhei em Cantagalo, numa casa de família por 8 anos, mas lá ninguém paga salário mínimo. Hoje, trabalho na confecção, faço faxina e ganho como doméstica um salário. Vou fazer treinamento pra costureira, será que ainda consigo? Estou velha, 52 anos. Meus filhos gostam daqui por causa da escola e das festas. Tem dois estudando e um trabalhando na entrega de gás. Ganha salário também. Moro em casa alugada, pago 300 por mês. Fui procurar o "minha casa, minha vida", mas tem que ter renda maior." declara Dona Eunice, Nicinha, como gosta de ser chamada.


" Você começa limpando, separando e embalando as peças. Se, mostrar interesse, a chefe te coloca para treinar  no horário do almoço e do lanche, sempre que tiver uma folguinha, ou se faltar alguém. Depois que você está treinada passa para as máquinas. Não é difícil. É só querer de verdade que você consegue! Como costureira se ganha mais. O salário do sindicato é 560 e mais o prêmio de 100 para não faltar.Também faço hora extra. Todo mundo faz! Moro aqui perto, não pago passagem e almoço na confecção. Pago 200 para meu filho ficar numa creche. " diz Camila, 19 anos, costureira e mãe solteira de um menino com 2.



foto do Bairro Jardim Ouro Preto
SALÁRIOS BAIXOS: EXCESSO DE CONTINGENTE

Os moradores das áreas de risco, na sua maioria, pessoas vindas de outros municípios, são mão de obra da indústria de moda íntima, da construção civil e do comércio. Sem geração de trabalho em suas cidades de origem, famílias se deslocam na tentativa de criar seus filhos em condições melhores de trabalho e educação. Uma vez na cidade, formam um grande contingente de mão de obra barata - sem especialização -  gerando  lucros para os empresários e comerciantes da cidade.


PEQUENOS E MÉDIOS EMPRESÁRIOS INVESTEM NAS FACÇÕES PARA PAGAR MENOS IMPOSTOS

Para não ter que registrar todos os funcionários,  pequenos e médios empresários, utilizam o sistema de facção - colocando máquinas e insumos na casa de costureiras -  terceirizando o serviço das muitas confecções sem registro. Muitas dessas facções, alojadas em casa ou no fundo do quintal são responsáveis por empregar toda uma mesma família. Nos desabamentos e nas enchentes, essas pessoas ficaram sem casa, sem  trabalho, sem nenhuma garantia ou direito trabalhista.


                                           "A Tragédia apenas começou com as chuvas e desabamentos. Ela se estende na quantidade enorme de pessoas que ficarão desassistidas. Há um ano os desabrigados de Angra lutam para morar dignamente e terem de volta o que perderam. Os desabrigados de Niterói, - do Bumba e outros locais da cidade  -,  estão voltando para as áreas de risco por não terem lugar para morar. Só 1/3 dos 11 mil desabrigados de Niterói, recebe o Morar Seguro, projeto do Sérgio Cabral, que coloca na mão das pessoas - 400 reais -, sem recebimento certo e sem garantia de nada! A prefeitura de Niterói nada faz, só administra e repassa aquilo que o estado dá. Uma vergonha! O prefeito declarou para imprensa que está construindo 4.380 casas, onde? Alguém sabe, alguém viu? Está se criando um exército de desassistidos! Seres humanos que pagam, com muita dor, a conta do descaso e da irresponsabilidade dos gestores desse país!" fala Renatinho (PSOL) 



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