Às 13 horas , do dia 20/01, nosso comboio de ajuda humanitária, batizado de “ Comboio Classista de Solidariedade”, vindo de Niterói e Rio de Janeiro, se aproxima de Nova Friburgo. Este comboio tem um significado especial para nós. Foi organizado pelos sindicatos, partidos de esquerda e ativistas dos movimentos sociais, enfim por pessoas que durante anos vem denunciando o descaso das autoridades em relação ao meio ambiente e seu notório desprezo pela vida humana.
Quando, finalmente, entramos na cidade percebemos que, apesar de todo o sensacionalismo, as redes de TV, os jornais e a internet não conseguem retratar a real situação dessa cidade devastada pelas fortes chuvas, pela enchente e, principalmente, pelas avalanches de lama que desceram das montanhas, cujo poder destruição foi dramaticamente potencializado pelo olímpico desprezo de nossos governantes para quem a necessidade de preservação ambiental não passa de entrave para o agro negócio e para a especulação imobiliária.
Dois exemplos dessa indiferença merecem ser destacados.
O primeiro ocorreu durante algumas quedas de barreiras e desabamento de casas na década de 1980, quando Nova Friburgo era administrada pelo prefeito Heródoto Bento de Melo que é também o atual prefeito da cidade. Em uma entrevista para o Jornal “O Fluminense”, ele disse que os desmoronamentos e as vítimas serviam como profilaxia, ou seja, serviam de lição para que outras pessoas não construíssem em locais perigosos. Entretanto se calou quanto questionado sobre a especulação imobiliária que, já naquela época, estava colocando em risco a população da cidade.
O primeiro ocorreu durante algumas quedas de barreiras e desabamento de casas na década de 1980, quando Nova Friburgo era administrada pelo prefeito Heródoto Bento de Melo que é também o atual prefeito da cidade. Em uma entrevista para o Jornal “O Fluminense”, ele disse que os desmoronamentos e as vítimas serviam como profilaxia, ou seja, serviam de lição para que outras pessoas não construíssem em locais perigosos. Entretanto se calou quanto questionado sobre a especulação imobiliária que, já naquela época, estava colocando em risco a população da cidade.
O segundo exemplo do cinismo de alguns políticos foi a resposta do deputado Aldo Rabelo do PC do B (SP) aos jornais que denunciaram sua proposta de modificação do Código Florestal que, para atender às reivindicações da bancada ruralista, reduz as áreas de preservação. O deputado diz que o Código Florestal não tem nada a ver com a tragédia ocorrida na Região Serrana porque esta foi em área urbana. Parece que o deputado ignora que áreas urbanas e rurais fazem parte de um mesmo ecossistema.
Mesmo assim, aqueles que, durante anos, gritaram, espernearam, abraçaram praças e rios, se amarraram em árvores, protestaram , exigindo relatórios de impacto ambiental e o embargo de obras; que clamaram por um Plano Diretor que respeitasse o ser humano e o meio ambiente, não cruzaram os braços diante dessa tragédia sem precedente em termos de desastre climático no Brasil. Pelo contrário, arregaçaram as mangas para ajudar as vítimas, mas que, apesar da dor e de todo o horror que vislumbram, não se calam.
É inaceitável a doação escandalosa que o governador Sérgio Cabral fez à Fundação Roberto Marinho. Foram R$ 24 milhões do FECAM - Fundo Estadual de Conservação do Meio Ambiente-, para a construção de um museu. Importante ressaltar que no Orçamento da União para 2011, o Programa "Prevenção e Preparação para Desastres" sofreu um corte de R$ 30,5 milhões, o equivalente a 18% em relação à previsão inicial de 2010.
Do montante previsto para o Programa de Prevenção em 2010, apenas 40% foram gastos, sendo que o estado do Rio de Janeiro recebeu apenas 0,6% desse total. E se o dinheiro destinado ao Rio de Janeiro fosse todo repassado, com certeza Sergio Cabral daria outro destino para ele, como fez com a verba do FECAM.
Em entrevista ao “Estadão” Debarati Guha-Sapir, consultora externa da ONU e diretora do Centro para a Pesquisa da Epidemiologia de Desastres, fez duras críticas aos nossos governantes: "O Brasil não é Bangladesh e não tem nenhuma desculpa para permitir, no século 21, que pessoas morram em deslizamentos de terras causados por chuva."
As denúncias precisam ser feitas, não por revanchismo, mas porque só através de um diagnóstico correto é possível curar a doença, receitando um remédio que seja realmente eficaz. Agora, é a hora de botar a boca no trombone porque daqui a pouco a mídia corporativa retira da pauta a tragédia da Região Serrana e volta suas câmeras para um outro assunto que dê mais audiência. Repórteres e apresentadores de TV nunca mais foram ao Morro do Bumba pra saber como estão vivendo aquelas famílias, nunca mais foram a Angra dos Reis para perguntar a um desabrigado como está sua vida, se a ajuda prometida pelo governo chegou até eles ou se o governo cumpriu com suas promessas.
Os moradores de Nova Friburgo e das outras cidades atingidas por essa tragédia só lograrão alguma reparação pelos danos materiais causados pelas enchentes e deslizamentos, mas também pela omissão, pela incompetência, pela indiferença e pela ganância da especulação imobiliária, se estiverem unidos e organizados para lutarem pelos seus direitos. Caso contrário, ficarão limitados às ações políticas de sempre: autoridades visitando áreas afetadas, lamentando a tragédia, responsabilizando o clima e as moradias construídas em áreas de riscos pelo desastre e prometendo verbas.
Beth Monteiro e Beatrice Miller
Veja imagens, acessando:
Queas autoridadesde Friburgo dessa vez sejam mais conscientes e menos gananciosas.
ResponderExcluirQue independente dos atos doshomens se entanda essa catastrofe comoum breque.Tá na hora de paraedeixar que essa cidade cresça não em casas, casas, casas mas sim em fábricaso que sempre foi sua verdadeira vocaçãoassim gerando trabalho e salário para esse povo todo. Chega com essa falacia de cidade turística. Friburgo é uma cidade operáriaque foi engolida´pela sua própria política que ganhou para não fazer essa cidade se desenvolver.
Do que sei,seus operários hoje a maiorio estãopor sorte aposentadosoutros aposentados por doenças graves ou mortos. Depois que as indústrias se foram, com elas a dignidade desses homens e mulheres também. Não vai tão longe as numerosas fábricas que existiam. As manhãs com as ruas tomadas pelos operários de bicicletas indo trabalhar.
Hoje, Friburgo tem é a indústria da Agiotagem,jogo do bicho e cime encomendado.Essas pessoas espero em Deus tenham morrido soterradas uma boa parte.Gostaria de saber de quem elas irão cobrar dívidas e tomar casas como fiançasdeempréstimos. Seres analfabetos que amealharam fortuna as custas dodesespero desses mesmos trabalhadores, operários descentes que por necessidade caíram nessas armadilhas.
Voces vãopegar que escombro para pagar dívidas.Vão cobrfar de quantos mortos? Será que por graça de Deus voces perderam algum membro da familia?
Vamosajudar a limpar nãosóasujeira deixada pelas enchurradas e desabamentosmas sim mudar a imagem dessa cidade naturalmente linda e tão nebulosa de homens baixos, assassinos por natureza que acham que a vida écarro, casa, dinheiroeRio daas Ostras. Acordempara seus próprios atos!!! Acordem para os sinais!!!!
Muda Friburgo!!!! Muda meu povo!!! Opovoprecisa de trabalho, salário, educação e sáude. Saúde não éo oportunismo barato da Dra. Jamila que num momento tãodoloroso e delicado colocou aquela cara feia com aquela escovinhade sempre para lána frente usar isso como promoção.
Muda meu povo!!! Acordaebota a boca no mundo!!!!
Contabilizem seus mortosese perguntem e isso que vamos querer para nossos filhos e netos. Não podemos conter a natureza mas a Austrália numa proporçãode chuvas muito maior não foi assolada como nós.
Vamos mudar ospolíticos. Que seus atos sejam cobrado incansavelmente.Vamosmudar a nós mesmos de tudo.
Essemeu comentário é uma homenagem a uma grande pessoa a quem eu devo algo que dinheiro nunca ira pagar que é carinho,afeto e dedicação.Seu nome é Salette Vassallo.Fique em paz minha querida amiga.
Vamo que vamo meu ´povo!!!! Eu quero ainda levar meu neto para passiar de trenzinho e rezar uma ave maria na igrajinha de Sto. Antonio. Quero sentar nos banquinhos da banquinha do Jorge do Sebo e bater um longo papo.Quero rever o Vincent Van Gogh de Varginha e que vende morangos e ñão Gira sois.
Quero te ver viva Minha, Nossa Nova Friburgo!!!!
Alguém sabe onde Fica São Pedro da Serra e Lumiar?
Se vc.passou dos quarenta é uma pessoa de sorte pq. sendo carioca conheceu os dois. Se vc. ainda é muito jovem e não sabe onde fica ajuda a reconstruir nossa cidade e vai descobrir que esse encontro faz parte do crescimento de quem amadurece feliz.
Vou te encontar VIVA!!! E VIVA MINHA NOVA FRIBURGO.
Aos meus amigos fortes e aos fracos
DFF.
Querido anônimo friburguense, muito obrigado por estar junto nessa luta para reerguer a NOSSA FRIBURGO com mais dignidade. Nosso povo merece, nós todos merecemos!
ResponderExcluirUm grande abraço dos amigos do Mandato Renatinho(PSOL)