Os ataques, portanto, tinham um caráter claramente político. Muitos foram presos até que, após sucessivas campanhas da grande mídia, a orientação da polícia passou a ser criminalizar o chamado Black Block. Apesar de não ser definidamente um movimento social, pois é muito mais uma orientação de táticas de autodefesa contra a truculência policial do que realmente um grupo, o fato é que qualquer mascarado passou a tornar-se um inimigo da ordem.
A queda de popularidade do governador Sérgio Cabral
(PMDB) continua. A repressão e a difamação contra os movimentos sociais e
ativistas são, portanto, uma tática de autodefesa de um governo fragilizado
pelas manifestações populares que entoam o coro “Fora Cabral”.
O governo Cabral já tinha mostrado seu caráter
autoritário quando mandou prender 13 militantes que participavam das manifestações
em protesto contra a vinda do Obama ao Brasil. Absurdamente, acusou os
manifestantes de tentativa de incêndio. Recentemente, a lógica criminalizadora
do governo estadual se expressou mais vez quando a Alerj proibiu o uso de
máscaras nas manifestações. Além disso, a polícia passou a ter a autoridade de
“cadastrar” (fichar) os manifestantes.
As artimanhas jurídicas e a repressão policial são as
armas de Cabral, que beiram o ridículo. Houve casos de militantes serem
acusados de formação de quadrilha, ou mesmo de pessoas que tiveram armas
“plantadas” em seus pertences, além de outros que foram detidos por portar
vinagre. Fora os ataques mais tradicionais, como bombas, spray de pimenta,
choques e cacetadas. O desaparecimento de Amarildo na Rocinha também é parte
desta mesma lógica de violência de Estado, em que a favela é o território mais
criminalizado.
Ao invés de reprimir o direito legítimo do povo se
expressar, os governos deveriam atender às demandas por melhorias nos serviços
públicos de saúde, educação e transporte. Uma auditoria das contas para a
Olimpíada e a Copa do Mundo deveria ser encaminhada urgentemente, pois os
gastos não param de crescer, sem qualquer tipo de legitimidade. Pela defesa da
livre manifestação! Não iremos nos calar!
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