sábado, 28 de setembro de 2013

UM BREVE BALANÇO DO AUTORITARISMO DO GOVERNADOR SÉRGIO CABRAL

As Jornadas de Junho colocaram mais explicitamente os limites da democracia em nosso país. Quando o povo foi às ruas questionar o aumento dos transportes, a melhoria nas políticas públicas e o fim dos gastos absurdos com as obras dos megaeventos esportivos, a postura da polícia foi denunciadora. Diversas arbitrariedades foram cometidas contra os manifestantes, advogados e a imprensa, desde prisões regulares, agressões e repressão contra a mídia independente.


Os ataques, portanto, tinham um caráter claramente político. Muitos foram presos até que, após sucessivas campanhas da grande mídia, a orientação da polícia passou a ser criminalizar o chamado Black Block. Apesar de não ser definidamente um movimento social, pois é muito mais uma orientação de táticas de autodefesa contra a truculência policial do que realmente um grupo, o fato é que qualquer mascarado passou a tornar-se um inimigo da ordem.

A queda de popularidade do governador Sérgio Cabral (PMDB) continua. A repressão e a difamação contra os movimentos sociais e ativistas são, portanto, uma tática de autodefesa de um governo fragilizado pelas manifestações populares que entoam o coro “Fora Cabral”.

O governo Cabral já tinha mostrado seu caráter autoritário quando mandou prender 13 militantes que participavam das manifestações em protesto contra a vinda do Obama ao Brasil. Absurdamente, acusou os manifestantes de tentativa de incêndio. Recentemente, a lógica criminalizadora do governo estadual se expressou mais vez quando a Alerj proibiu o uso de máscaras nas manifestações. Além disso, a polícia passou a ter a autoridade de “cadastrar” (fichar) os manifestantes.

As artimanhas jurídicas e a repressão policial são as armas de Cabral, que beiram o ridículo. Houve casos de militantes serem acusados de formação de quadrilha, ou mesmo de pessoas que tiveram armas “plantadas” em seus pertences, além de outros que foram detidos por portar vinagre. Fora os ataques mais tradicionais, como bombas, spray de pimenta, choques e cacetadas. O desaparecimento de Amarildo na Rocinha também é parte desta mesma lógica de violência de Estado, em que a favela é o território mais criminalizado.

Ao invés de reprimir o direito legítimo do povo se expressar, os governos deveriam atender às demandas por melhorias nos serviços públicos de saúde, educação e transporte. Uma auditoria das contas para a Olimpíada e a Copa do Mundo deveria ser encaminhada urgentemente, pois os gastos não param de crescer, sem qualquer tipo de legitimidade. Pela defesa da livre manifestação! Não iremos nos calar!


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