Em clara demonstração de desprezo pela opinião dos cidadãos
fluminenses, o governador Cabral corta o ponto dos profissionais de Educação e
promete instaurar processo administrativo contra os profissionais com o
objetivo de demitir os servidores.
Nas “Jornadas de junho” - como ficaram conhecidas as
manifestações populares que ocorreram em diversos estados brasileiros e em
particular no Rio de Janeiro - quatro temas foram recorrentes: a redução das
tarifas do Transporte Público, a indignação com a corrupção e a exigência de
qualidade na prestação dos serviços de Saúde e Educação pelo Estado. Agora, o
governador desconsiderando os apelos populares resolve punir justamente aqueles
servidores que tentam materializar o desejo popular, apontando caminhos que
possam corrigir os rumos do fracasso da educação pública em nosso estado.
Como ficou claro nas recentes manifestações populares, não
foi apenas por R$ 0,20 que o povo foi às ruas. Os profissionais de educação não
reivindicam exclusivamente aumento salarial, reivindicação justa e necessária,
mas sobretudo desejam dialogar sobre o projeto de educação baseado na lógica
meritocrática que destrói a carreira docente e que, pedagogicamente, atende aos
interesses do Banco Mundial, tendo sido por ele gestado, e que nada têm a ver
com a realidade brasileira.
Aliás esse projeto têm sido imposto por prefeitos de
diversas cidades no Rio de Janeiro e de outros estados, o que ajuda a entender
a eclosão de movimentos de resistência pelos profissionais de educação em todo
Brasil. Aqui mesmo em nossa cidade, Niterói, os nossos educadores encontram-se
em greve. O caráter desse projeto atende aos interesses do capital e ultrapassa
fronteiras nacionais, como podemos comprovar com as lutas dos profissionais do
Chile e, mais recentemente, do México, onde os companheiros encontram-se em
greve desde de fevereiro, sofrendo forte repressão do governo.
O governo Cabral, cujo os índices de aprovação não chegam a
8% da população, cumpre seu papel de fiel escudeiro do governo Dilma,
responsável maior por todo esse caos dada a sua subserviência à lógica
capitalista mundial. Alheio ao clamor popular, segue o governador na fascistização
do poder do estado, reprimindo o movimento popular organizado, desconhecendo
sindicatos da classe trabalhadora, recusando-se a um diálogo propositivo e,
cinicamente, desqualificando aqueles que se opõem a sua política.
O corte de ponto dos profissionais de Educação e a
instauração de inquéritos administrativos visando a exoneração desses
profissionais se traduz em uma grave ameaça à ordem democrática. Um precedente
que exige o repúdio de toda classe trabalhadora. O nosso mandato não só repudia
o nefasto ato do governador Cabral como também se coloca à disposição do
Sindicato dos Profissionais de Educação do Rio Janeiro (Sepe) para colaborar na
construção de ações concretas no âmbito legislativo para reverter essa
inusitada ação do governo Cabral. Nossa solidariedade militante aos
profissionais de Educação.
Vereador RENATINHO DO PSOL Presidente da Comissão de
Direitos Humanos
da Câmara Municipal de Niterói
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