quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Audiência Pública sobre AVC é nesta segunda-feira (30)

No próximo dia 30 de novembro, segunda-feira, às 19 horas, haverá um Debate Público no Plenário Brígido Tinoco, na Câmara Municipal de Niterói, com um tema absolutamente inédito para um legislativo no país: o “Acidente Vascular Cerebral (AVC) e os Direitos Humanos". A iniciativa foi do psiquiatra, Daniel Chutorianscy, que vem se recuperando de um AVC sofrido recentemente. Aprovada por unanimidade, em virtude da gravidade de assunto, a proposição foi encaminhada pelo Presidente da Comissão de Direitos Humanos da câmara, vereador Renatinho, (Psol). e aprovada por decisão total do plenario. O AVC ou "derrame", doença que mais mata no Brasil, tem um alto índice de mortalidade, superando o infarto agudo do miocárdio e os acidentes de trânsito. De acordo com dados estatísticos, a doença deixa uma grande legião de “sequelados”, entre jovens e adultos. O preconceito, a falta de informação e o desemprego transformam esse imenso contingente de brasileiros em pacientes “invisíveis", afastados, marginalizados, porém lúcidos e sentindo-se um "zero à esquerda". Para Daniel é inexplicável que uma doença com tal grau de letalidade se mantenha à margem do debate pela sociedade e principalmente pelo Poder Público. “Sem nenhuma informação, formas de prevenção, tratamentos emergenciais inadequados, quando existem, e o número de pacientes supera as vítimas contabilizadas em uma guerra”, comenta o psiquiatra.
Niterói, mais uma vez na vanguarda das decisões políticas, dá início a um amplo debate nacional, para o qual foram convidados a participar o secretario municipal de Saúde, Alkamir Issa; além de vereadores, os representantes da OAB, ABI, Promotoria, Defensoria Pública, Cremerj, Sindicato dos Médicos (Rio e Niterói), Samu 192, Bombeiros, Comando Militar, Ministério da Saúde (MS), Associação Fluminense de Reabilitação (AFR), Associação Médica Fluminense (AMF), Universidade Federal Fluminense (Reitoria, Faculdades de Medicina, Enfermagem e Serviço Social), universidades particulares (faculdades de fonaudiologia e fisioterapia), assim como Conselho Municipal de Saúde e a Federação das Associações de Moradores de Niterói (Famnit).
Daniel Chutorianscy, como médico e paciente, teve a iniciativa pioneira de criar e coordenar o Grupo AVC - Pulando a Cerca, com reuniões às sextas-feiras, em seu consultório, em Icaraí, e é inteiramente gratuito. Como apresentador de um programa de entrevistas homônimo, o "Pulando a Cerca", veiculado na Unitevê, o canal universitário de Niterói e São Gonçalo (17 NET) ele busca "superar obstáculos", dar voz a quem não tem voz, e na última sexta-feira (06/11) comemorou oito anos de existência. Uma de suas bandeiras é fazer com que o MS implante em unidades de emergência do país os "trombolíticos” (substâncias que destroem trombos cerebrais, em até quatro horas após o derrame ter acontecido, e que causados pela interrupção do circuito cerebral).
A correta administração do medicamento pode levar a recuperação de 60% dos pacientes, deixando sequelas mínimas. Para o médico, a população debatendo o tema de norte a sul do Brasil certamente levará o assunto para dentro dos corredores do Congresso Nacional. Segundo Chutorianscy, o cidadãos não podem mais se comportar como "avecerizados sociais". A sociedade brasileira exige do Governo Brasileiro: campanhas nacionais adequadas de informação e medidas preventivas (contra o uso abusivo do fumo, do álcool e de outras drogas, assim como alimentação inadequada, condições insalubres de trabalho e baixos salários), emergências hospitalares com medicamentos adequados nos hospitais do SUS e conveniados, grupos para valorização de pacientes "avecerizados" e seus familiares, e mudanças na Previdência que levem à aposentadoria, quando for o caso, com respeito e dignidade.

O AVC não é mais um caso de saúde publica, trata-se de segurança nacional, afirma o psiquiatra, que será o debatedor inicial, mesmo que com algumas sequelas na dicção, "o que vale é a coerência". Para referendar o apoio a promoção do debate foi enviado um abaixo assinado e subescritado por centenas de pessoas. O Grupo AVC - Pulando a Cerca encaminhou para diferentes grupos em todo Brasil (Congresso Nacional, instituições, partidos políticos, entidades de classe, tec.).

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