O PSOL se apresentou nessas eleições com coragem e firmeza programática. Nosso partido falou ao povo sobre o mundo real, seus problemas e sobre como caminharmos para solucioná-los. Reforma Agrária, Dívida Pública, saúde e educação 100% públicas, em torno da idéia de igualdade social, é o nosso centro político. Nosso bravo companheiro Plínio foi um verdadeiro homem de partido. Falamos ao povo sobre sermos diferentes de tudo que está aí colocado e a razão de existir do PSOL é justamente para lutar por uma sociedade mais justa e igualitária.
Nossa coerência foi recompensada. Principalmente no Rio de Janeiro, onde tivemos uma campanha militante com um resultado eleitoral extremamente positivo.
Queremos dialogar com os militantes, dirigentes e parlamentares do partido, pois acreditamos que a deliberação da Executiva Nacional sobre o segundo turno não atendeu à maioria dos nossos filiados.
Se algo mudou neste segundo turno, foram as campanhas de Serra e de Dilma se tornando muito mais reacionárias. Estamos em um clima de "plebiscito sobre o aborto" onde só há uma opção: a criminalização. Nosso partido em diversos momentos já fez este debate e temos deliberação majoritária a favor da descriminalização do aborto.
É um fato inegável, e positivo, que parcelas importantes dos trabalhadores não querem a volta dos tucanos ao poder. Mas, infelizmente, essas mesmas massas depositam suas esperanças em Dilma e no PT. Para nós, o PSOL deveria continuar fazendo o que tem feito desde a sua fundação: lutar contra o senso comum e contra as dificuldades impostas pela conjuntura, mantendo a coerência acima de tudo. Nosso grande lastro social - causa de admiração e confiança num pequeno e importante setor da população - é a coerência. Nós lutamos para eleger um presidente operário e rompemos com seu governo e partido quando percebemos não ser o projeto de interesse da maioria dos trabalhadores que estava sendo implementado.
Com a deliberação da Executiva não estamos mantendo a coerência. Na verdade estamos legitimando, mesmo com voto crítico, o governo de Sarney, Barbalho, Calheiros e Collor. Estamos dizendo que é menos pior o governo que manteve a política econômica de FHC, que tem sugado a maior parte das riquezas do país para pagar banqueiros, deixando à míngua saúde, educação, segurança, habitação e todas as demais áreas sociais. Estamos dizendo que é menos pior o governo que nós enfrentamos durante quase oito anos. Com essa deliberação estamos ajudando a iludir a população sobre o PT continuar sendo uma opção, quando a nossa tarefa é justamente o contrário.
Por isso, a nossa posição política para o segundo turno coincide com a de Plínio de Arruda Sampaio. Vamos votar nulo porque nem Serra nem Dilma governarão para os mais necessitados. Mais do que externar nossa opinião para o conjunto do partido, queremos com essas poucas linhas ajudar no debate e na reflexão que cada militante deve fazer para construirmos um PSOL combativo e coerente.
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