O vereador Renatinho classificou como arbitrária e desumana a retirada das famílias de desabrigados das chuvas de Niterói que estavam no abrigo improvisado no 4º Grupamento de Companhia de Administração Militar (G-Cam), no Barreto, na cidade.
A Prefeitura, que levou os desabrigados para o 3º Batalhão de Infantaria (BI), na Venda da Cruz, contou com forte aparato policial para a transferência.
"Mais uma vez criminalizaram a pobreza. O aparato policial utilizado sugeria uma ação de captura para bandidos perigosos. Eram, na maioria, mulheres e crianças. Pessoas que perderam vidas, casas, pertences e sonhos... Elas não irão esquecer nunca a forma como estão sendo tratadas! Imaginem a imagem que as crianças terão desse episódio?", desabafou Renatinho.
"Mais uma vez criminalizaram a pobreza. O aparato policial utilizado sugeria uma ação de captura para bandidos perigosos. Eram, na maioria, mulheres e crianças. Pessoas que perderam vidas, casas, pertences e sonhos... Elas não irão esquecer nunca a forma como estão sendo tratadas! Imaginem a imagem que as crianças terão desse episódio?", desabafou Renatinho.
“Foi mais uma ação injusta da Prefeitura, que, quase um ano depois das chuvas de abril, não cumpriu a promessa de dar casas dignas para essas pessoas. Dos mais de 10 mil desabrigados apenas 3.200 recebem o beneficio do “Morar Seguro”. Depois de acertada a saída para o 3º BI, a Prefeitura não deixou que a imprensa pudesse acompanhar a chegada das pessoas no local.
“Como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores, manifesto o total desacordo com a medida”, declarou Renatinho.
Depois de uma hora de negociação entre representantes dos desabrigados e da Prefeitura, a transferência ocorreu sem violência. A Prefeitura ficou de cumprir uma série de exigências das famílias. Segundo Renatinho, não existe garantia de que eles recebam o benefício (o Morar Seguro). As instalações, segundo o vereador do PSOL, são precárias.
Boxes com divisórias de compensado, sem privacidade... |
“Foram improvisados espaços de compensado, sem qualquer condição para as pessoas”, denunciou Renatinho, que conseguiu furar o bloqueio da Prefeitura e entrar nas instalações do 3º BI.
"A prefeitura tem que melhorar essas instalações imediatamente. É um desrespeito agirem assim. Por isso fomos contra a remoção. Nitidamente esse local não tem condição de habitabilidade. Vamos lutar e apoiar estas familias para que as casas definitivas saiam logo, essa sim seria a solução.", afirmou o Vereador do PSOL.
Uma clarabóia no lugar de janelas... |
ABRIGO ANTIGO
A maioria das pessoas abrigadas no local são vítimas do desabamento do morro do Bumba, devastado em abril de 2010, os outros são vítimas de outros desabamentos e deslizamentos de chuva em Niterói. Os abrigados que estavam no G-Cam disseram que queriam ir para as casas que a Prefeitura prometeu, e até agora não construiu. A previsão é que essas casas sejam entregues até o início de 2012.
No G-cam os desabrigados tinham móveis, geladeira e outros utensílios domésticos. No 3º BI só é permitido levar uma televisão, um DVD e um rádio, além de pertences pessoais e colchonetes. Foi feito um acordo entre os abrigados e a prefeitura e oa moradores levaram mais alguns pertences, mas continuam sem poder levar fogão e geladeira.
O corredor: Passagem estreita na esperança de ter uma casa novamente |
O tempo de permanência das pessoas nos abrigos não deve ultrapassar 90 dias. O confinamento que estão sendo submetidos e o stress crônico gerado podem causar danos irreversíveis e criar situações de extrema violência. O Estado brasileiro, responsável pela tutela dessas pessoas, não pode permitir uma situação como essa. Precisamos colocar na cadeia os maus gestores. Esses, sim, são os únicos, responsáveis pelo desamparo em que se encontra a nossa população.
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