Na cidade do
México, o aparelho repressivo do Estado avançou sobre milhares de manifestantes
para desfazer a ocupação da praça histórica de Zócato, onde professores da rede
pública protestavam contra reformas neo-liberais na educação tomadas pelo
presidente Enrique Peña Nieto e seu Partido PRI..
No Brasil, o
governo petista de Dilma e seus aliados seguem a mesma lógica capitalista do
seu companheiro mexicano implementando políticas públicas que colocam os
serviços públicos em especial nas áreas de transporte, saúde e educação
subordinadas aos interesses do grande capital. Porém, da mesma forma que os
trabalhadores mexicanos, os profissionais de educação em diversos estados e
municípios no Brasil, resistem a precarização de suas atividades subordinadas à
lógica meritocrática.
Os
profissionais de educação da rede pública estadual e os profissionais da rede
pública municipal de Niterói , através de seu sindicato, o SEPE, decidiram
continuar em greve até que os governos do PMDB de Cabral e do PT de Rodrigo
Neves, representantes da política de Dilma, resolvam estabelecer um diálogo
propositivo com a categoria. Chega de enrolação, a educação pública, os seus
profissionais e toda a população merecem respeito .
Um breve
balanço do autoritarismo do governador Sérgio Cabral
As Jornadas de
Junho colocaram mais explicitamente os limites da democracia em nosso país.
Quando o povo foi às ruas questionar o aumento dos transportes, a melhoria nas
políticas públicas e o fim dos gastos absurdos com as obras dos megaeventos esportivos,
a postura da polícia foi denunciadora. Diversas arbitrariedades foram cometidas
contra os manifestantes, advogados e a imprensa, desde prisões regulares,
agressões e repressão contra a mídia independente.
Os ataques,
portanto, tinham um caráter claramente político. Muitos foram presos até que,
após sucessivas campanhas da grande mídia, a orientação da polícia passou a ser
criminalizar o chamado Black Block. Apesar de não ser definidamente um
movimento social, pois é muito mais uma orientação de táticas de autodefesa
contra a truculência policial do que realmente um grupo, o fato é que qualquer
mascarado passou a tornar-se um inimigo da ordem.
A queda de
popularidade do governador Sérgio Cabral (PMDB) continua. A repressão e a
difamação contra os movimentos sociais e ativistas são, portanto, uma tática de
autodefesa de um governo fragilizado pelas manifestações populares que entoam o
coro “Fora Cabral”.
O governo
Cabral já tinha mostrado seu caráter autoritário quando mandou prender 13
militantes que participavam das manifestações em protesto contra a vinda do
Obama ao Brasil. Absurdamente, acusou os manifestantes de tentativa de
incêndio. Recentemente, a lógica criminalizadora do governo estadual se
expressou mais vez quando a Alerj proibiu o uso de máscaras nas manifestações.
Aém disso, a polícia passou a ter a autoridade de “cadastrar” (fichar) os
manifestantes.
As artimanhas
jurídicas e a repressão policial são as armas de Cabral, que beiram o ridículo.
Houve casos de militantes serem acusados de formação de quadrilha, ou mesmo de
pessoas que tiveram armas “plantadas” em seus pertences, além de outros que
foram detidos por portar vinagre. Fora os ataques mais tradicionais, como
bombas, spray de pimenta, choques e cacetadas. O desaparecimento de Amarildo na
Rocinha também é parte desta mesma lógica de violência de Estado, em que a
favela é o território mais criminalizado.
Ao invés de
reprimir o direito legítimo do povo se expressar, os governos deveriam atender
às demandas por melhorias nos serviços públicos de saúde, educação e
transporte. Uma auditoria das contas para a Olimpíada e a Copa do Mundo deveria
ser encaminhada urgentemente, pois os gastos não param de crescer, sem qualquer
tipo de legitimidade. Pela defesa da livre manifestação! Não iremos nos calar!
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